DOM JOÃO VI E SUA EXCENTRICIDADE NO REINO E NOS TRÓPICOS.


Dom João referia-se a si mesmo sempre na terceira pessoa: “sua majestade quer comer”, “sua majestade quer passear”, “sua majestade quer dormir” (Oliveira Martins, História de Portugal, p. 536). Era também um homem metódico, que tinha a mania de repetir sua rotina diária de forma rigorosa. “Dom João VI era um homem de hábitos”, relatou o pintor Manuel de Araújo Porto Alegre. Se uma vez dormia em um lugar, jamais queria dormir em outros, levando isto a ponto de não admitir que o leito ficasse mais ou menos aproximado à parede do que junto dela. Qualquer mudança que experimentasse, desconfiava dela e se aborrecia com quem a fizesse.

A aversão extrema às mudanças incluía sua própria indumentária. Ao contrário dos reluzentes reis da França e Espanha que o precederam, dom João vestia-se mal. Repetia a mesma roupa todos os dias e recusava-se à trocá-la mesmo quando estava suja e rasgada. “Os criados notavam os rasgões, mas nada ousavam dizer-lhe. Aproveitavam-lhe as horas de sono, durante a sesta, para então costurar-lhe os calções sobre o corpo”. Tobias Monteiro, História do Império, p. 91.

Laurentino Gomes, 1808, Editora Globo, p. 163,164.
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