“Ele liderou dois exércitos em dois continentes e tratou dos filhos com o zelo possível. Não foi herói ou vilão. Mas tinha limitações como qualquer ser humano.” – Rodrigo Elias.
Ele tinha 23 anos quando liderou o processo de independência do Brasil. Formado em uma corte exilada, com pais que nutriam mútua suspeição e em meio a grandes disputas, Pedro jamais se submeteu a uma autoridade política. Desobedeceu às Cortes de Lisboa, às determinações de seu pai, ao Parlamento brasileiro e aos seus conselheiros mais próximos. Seus atos na vida pública ou privada eram quase sempre resultado de algum sentimento de responsabilidade e de uma profunda desconfiança em relação aos que o rodeavam. Um homem ambíguo em um mundo de referências ambíguas. Os retratos que pintaram dele foram, na maioria das vezes, resultado de disputas em torno do seu legado.
Revista de História da Biblioteca Nacional – novembro de 2011, p. 4.