A caricatura do Último Ministro da Marinha do Império se refere a controvérsia envolvendo Ladário, o capitão Custódio José de Melo e o governo Chileno. Em 1889 durante a missão de Circum-navegação do cruzador brasileiro "Almirante Barroso" um de seus tripulantes, o Príncipe D. Augusto Leopoldo Saxe Coburgo e Bragança, neto do Imperador Dom Pedro II, por ser membro da família imperial, foi homenageado pelo governo chileno durante parada do navio no país.
O Capitão do navio, Custódio José de Melo, porém, agradeceu e se opôs a isto, alegando que ali não estava um príncipe imperial, mas um oficial subalterno da Armada, igual a quaisquer outros. Tantas, porém, foram as cortesias, paradas, lunchs e outras amabilidades do governo e do povo chileno à tripulação do "Almirante Barroso" que, ao fim de sua permanência, Custódio José de Melo resolveu retribuir essas gentilezas com um grande espetáculo pirotécnico, no cais de Valparaíso, aparecendo, no instante final, em letras de fogo, a legenda: "Ao povo chileno, o Brasil agradecido". Tudo custou 4 contos de réis. (cerca de 500.000 reais)
Custódio José de Melo oficiou ao governo, comunicando os gastos, e foi surpreendido com a decisão drástica do ministro da Marinha, que mandará descontar aquela quantia de seu próprio bolso. Porém boa parte da imprensa e da opinião pública ficou a favor de Custódio, contra Ladário, inclusive causando protestos do Clube Naval. A recusa de Ladário em custear as despesas da festa diplomática causou constrangimento na embaixada chilena. Conhecido por sua antipatia a aversão a eventos sociais, o Barão de Ladário foi inclusive acusado de ser um inimigo da amizade entre o Brasil e o Chile. O próprio Imperador Dom Pedro II considerou a atitude de Ladário uma descortesia aos chilenos e acabou custeando a despesa de 4 contos de réis de seu próprio bolso.
O Barão de Ladario se redimiu do embaraço diplomático ao ajudar na organização do Baile da Ilha Fiscal em homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane".