A injustiça sempre foi muito comum quando se tratava de artistas mulheres, e isso foi o que aconteceu com Artemisia Gentileschi.
Em sua visceral obra prima “Judite decapitando Holofernes”, uma cena clássica da Bíblia, Artemisia desenhou a si mesma como Judite, decapitando Agostino Tassi, que foi julgado por estuprá-la, como Holofernes. Tassi foi condenado não só por isso, mas também por planejar matar a sua esposa, cometer incesto com sua cunhada e tentar roubar as obras do pai de Artemisia. No fim, Tassi foi condenado à prisão durante um ano, mas nunca cumpriu a pena, pois o caso foi revisto e sua sentença anulada.
O desejo por justiça inspirou um dos mais expressivos e importantes quadros do Período Barroco. A cena foi pintada múltiplas vezes por outros artistas, mas nenhuma delas expressa a brutal fisicidade da versão de Artemisia. Nela, as mulheres mostram o esforço para degolar o inimigo, sendo possível detectar diversas emoções em seus rostos.
Em vida, ela teve um status único, a primeira mulher a ser aceita na Academia de Belas Artes de Florença.
Texto: Luiz Zanfelici
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