Atendendo as necessidades do fluxo constante de informações que circulam pela internet, o Google deu início aos testes de uma nova funcionalidade capaz de alertar usuários quando eles fazem buscas por um tópico que não possui resultados confiáveis – algo relativamente comum para notícias muito frescas ou para assuntos que estão em constante mudança.
Disponível inicialmente apenas para resultados de pesquisas feitas em inglês através do Google reservado aos Estados Unidos e em apenas alguns poucos tópicos de pesquisa, o recurso deve fazer sua estreia em outros mercados ao longo dos próximos meses e busca alertar para a propagação de informações falsas ou, pelo menos, não tão confiáveis.
Com a funcionalidade em ação, ao pesquisar sobre um determinado tópico, o usuário poderá se deparar com cartões do tipo: “parece que esses resultados estão mudando rapidamente” ou “se este tópico for novo, às vezes pode levar algum tempo para que os resultados sejam adicionados por fontes confiáveis”.
A prática sugere que os usuários voltarão a realizar a pesquisa em um momento posterior para obter resultados mais sólidos ou, pelo menos, de fontes mais confiáveis, o que deve ajudar diretamente contra a propagação de fake news.
“Quando alguém faz uma pesquisa no Google, tentamos mostrar as informações mais relevantes e confiáveis que podemos”, disse Danny Sullivan, representante do departamento de Pesquisa do Google. “Mas recebemos muitas coisas que são inteiramente novas”, acrescentou.
A abordagem da gigante de buscas se aproxima do que já pode ser visto em outras plataformas. O Twitter, por exemplo, lançou um conjunto de funcionalidades antes das eleições de 2020 nos Estados Unidos para alertar usuários quando as informações que estavam na tela ainda não haviam sido verificadas por uma fonte confiável.
Já empresas como o Facebook – que detém praticamente a unanimidade das redes sociais, com a chegada da pandemia do Covid-19, também passaram a alertar sobre a propagação de desinformação, indicando o acesso a fontes seguras através de links nas próprias postagens.
“É uma ótima maneira de fazer as pessoas pararem antes de agirem ou de espalharem mais informações”, disse Evelyn Douek, pesquisadora de Harvard que estuda discussões online. “Não envolve ninguém fazendo julgamentos sobre a verdade ou falsidade de qualquer história, mas apenas dá aos leitores mais contexto. ... Em quase todos os contextos de notícias de última hora, as primeiras histórias não são as completas, por isso é bom lembrar as pessoas disso”, complementou.
Por estar em um período inicial de testes, ainda não há maiores informações sobre o funcionamento do recurso. Por conta disso, ainda não se sabe quais fontes o Google considerará como de confiança dentro de um determinado território ou, por exemplo, quantas dessas fontes necessitarão confirmar um fato antes que um determinado tópico seja classificado como confiável.