Após retornar de viagem ao exterior, a alegria com a recepção foi diminuída pelas más notícias do Ceará, onde havia uma grande fome causada pela "Grande Seca" que teve início em 1877.
O Imperador cancelou todas as celebrações oficiais, dizendo que os fundos reservados para esse fim deviam ser empregados no trabalho de alívio aos flagelados e destinou parte da sua dotação para a mesma finalidade.
Durante uma reunião do Gabinete Ministerial, o Barão de Cotegipe, Ministro da Fazenda informou: “Majestade, não temos mais condições de socorrer o Ceará. Não há mais dinheiro no Tesouro.” O Imperador baixou a cabeça e disse com firmeza: “Se não há mais dinheiro, vamos vender as joias da Coroa. Não quero que um só cearense morra de fome por falta de recursos.”
Logo em seguida, foi criada a comissão imperial para desenvolver medidas que pudessem atenuar futuras secas. Da adaptação de camelos, construção de ferrovias, açudes como o do Cedro, e a abertura de um canal para levar água do Rio São Francisco para o Rio Jaguaribe, no Ceará (este último ficou só no papel)
Parte do dinheiro das obras saíram de recursos do próprio Imperador, que vendeu obras de seu acervo de arte a algumas joias da família Imperial. As obras foram iniciadas em 1879, porém foram paralisadas em 1881, somente após a proclamação da República as obras foram reiniciadas e duraram de 1890 a 1906.
LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II (1825–1891): Ascensão (1825–1870). vol. 1. Belo Horizonte: Itatiaia. ISBN 9788531903571