Na manhã do dia 29 de agosto de 1935, Leopold III dos Belgas dirigia de volta para casa, enquanto a rainha Astrid estava sentada no banco do carona, com um mapa nas mãos. Era cerca de 9h30 quando ela apontou para algo fora do percurso, fazendo com que seu marido desviasse a atenção do volante. O conversível Packard One-Twenty saiu da estrada, descendo uma ladeira escarpada até colidir com uma árvore, em Küssnacht am Rigi, perto do Lago Lucerna. O impacto da batida foi tão grande que o corpo da rainha foi atirado para fora do carro, chocando-se com outra árvore. O rei saiu levemente ferido, mas sua esposa não resistiu, falecendo naquele mesmo dia, aos 29 anos. A última cena de que as testemunhas se lembram foi de ver o soberano segurando o corpo ensanguentado da mulher contra o peito, gritando desesperadamente pelo seu nome. A morte da rainha Astrid dos Belgas gerou verdadeira comoção popular. Milhares de pessoas compareceram ao seu funeral, tomadas por um misto de tristeza e incredulidade de que algo tão horrível pudesse acontecer com ela.
Em sua dor profunda e convencido de que fora o responsável pelo o acidente, Leopold III ordenou que o conversível Packard One-Twenty fosse lançado nas profundezas do lago Lucerna, próximo do local onde sua esposa perdeu a vida. Por fim, o corpo de Astrid encontrou repouso na Igreja de Nossa Senhora de Laeken, onde hoje também se encontra sepultado seu marido, o rei Leopold III e sua segunda esposa Lilian, princesa de Réthy. Uma capela em memória da rainha foi construída no local do acidente, enquanto estátuas comemorativas foram erguidas por todo o país. Atualmente, dois de seus netos são monarcas reinantes: Phillipe dos Belgas e Henri, Grão-duque de Luxemburgo. Em seu tempo de vida, Astrid havia sido adorada como ícone da moda e patrona das causas humanitárias. Se dedicou com um zelo especial à sua família, desafiando todos aqueles que queriam lhe impor um código de conduta a ser seguido. Quem dera ela tivesse mais tempo para continuar defendendo os ideais que tanto acreditava, quebrando os protocolos arcaicos da realeza… Em termos políticos e sociais, ela foi a verdadeira precursora no século XX para as princesas Grace de Mônaco e Diana de Gales.
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