Manuel dos Santos Pedroso Filho, apelidado de Maneco Pedroso, foi um estancieiro e militar que teve papel de destaque na Guerra de 1801.
Durante a Chamada Guerra das Laranjas, Portugal foi invadido por forças espanholas (aliadas de Napoleão) a 20 de maio de 1801. Foi uma guerra de curta duração que terminou a 6 de junho desse ano com perda de território (Olivença) por parte de Portugal.
No Brasil, a guerra ficou conhecida como Guerra de 1801 e para Dom João VI, permitiu a expansão das fronteiras no Rio Grande do Sul.
Sob a liderança de Manuel dos Santos Pedroso, militar gaúcho filho de india Guarani, os portugueses conseguiram ganhar o apoio dos Guaranis e buscou o combate com os espanhóis em São Miguel das Missões, que cercada se rendeu em poucos dias, tendo sua guarnição espanhola sido libertada.
Seu pai, Manuel dos Santos Pedroso, natural de Curitiba, nasceu, em 1738. Serviu sob as ordens de Gomes Freire, na campanha decorrente do Tratado de Madri, em 1750, e foi o descobridor do Rio Peperi-Guaçu, que de muito serviu a Rio Branco na discussão dos limites Brasil-Argentina. se mudou ainda jovem para o Rio Grande do Sul, onde trabalhou como tropeiro.
Sua mãe, uma índia guarani, chamada Isabel Maria ou Micaela Maria, gerou os filhos Antônio, Manuel e Salvador, falecendo em 18 de Maio de 1798
Três anos após a morte do pai, Manuel Filho, conhecido por Maneco, apresentou-se com vinte de seus homens ao capitão Francisco Barreto Pereira Pinto, então na guarda avançada de São Pedro, para lutar contra os espanhóis, recebendo a missão de assaltar a praça de San Martin. Desbaratados os inimigos, e por conhecer a língua guarani, foi então mandado para a região dos Sete Povos das Missões a fim de convencer os índios para a causa portuguesa, no que foi bem sucedido. Passando adiante, dominou sem resistência o forte de San Martin, porta de entrada para o Departamento de San Miguel
Mais tarde Maneco Pedroso transformou-se em Major de Milícias atuando na fronteira entre Quaraí e Argentina, tomando territórios que estavam na mão dos espanhóis. Junto com seus companheiros de batalha Pedroso foi responsável pelo acréscimo da metade do território do Rio Grande do Sul.
Voltou à ativa na primeira campanha cisplatina, em 1811, e já com o posto de sargento-mor, junto com uma tropa de veteranos da guerra das Missões apresentou-se ao marechal Joaquim Xavier Curado, comandante das forças brasileiras, sendo enviado para juntar-se às tropas do coronel Francisco das Chagas Santos, comandante das Missões Orientais.
Em 1816 foi convocado por Patrício da Câmara para lutar na Guerra contra Artigas, mas faleceu de varíola em 16 de março, sendo sepultado na Igreja Matriz de Santo Amaro do Sul, em General Câmara. Não casou, mas com várias índias teve nove filhos naturais.
Maneco Pedroso muitas vezes é retratado como um herói, especialmente na cultura popular, pelo seu papel na conquista das Missões e pelos seus atos de bravura em várias batalhas. Fonte: História geral do Rio Grande do Sul. Méritos Editora. /O GAÚCHO - Academia de História Militar Terrestre do Brasil
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