Nascido em Cantanhede em ano desconhecido, por volta de 1585, Pedro Teixeira participaria, com Jerónimo de Albuquerque, na campanha para expulsar os franceses de São Luís do Maranhão, no litoral nordeste do Brasil.
Após o sucesso na expulsão destes, no final de 1615, foi integrado numa expedição à foz do rio Amazonas, composta por três embarcações e comandada por Francisco Caldeira Castelo Branco, com vista a consolidar o domínio português sobre esta região. A 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancorariam na baía de Guajará onde foi fundado o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de Belém.
No ano de 1625, Pedro Teixeira comandaria a luta contra os holandeses e ingleses que se tentavam apoderar da região, sendo a sua atuação destacada pelo frei Vicente do Salvador, na sua obra “Historia do Brazil”.
A 25 de Julho de 1637, Teixeira chefiaria uma expedição que partira de Belém, com 45 canoas, setenta soldados e mil e duzentos flecheiros e remadores indígenas com o objetivo de subir o curso do rio Amazonas e expandir as possessões portuguesas na região face aos avanços espanhóis, apesar dos dois Reinos estarem na altura unidos pela mesma Coroa. O destino final da expedição seria Quito, no Equador.
A grande dificuldade da viagem exigiu que os homens, sob o comando de Pedro Teixeira, desenvolvessem ao máximo as suas habilidades de caça e pesca e estabelecessem relações de troca e amizade com os índios nativos.
Depois de oito meses de viagem, a expedição alcançou a primeira povoação espanhola, nas margens do Rio Quijos. Após este ponto, devido à grande intensidade das correntes, a maioria da restante jornada teve de ser realizada a pé.
Após quase um ano, em 1638, a expedição alcançaria o seu destino, fazendo com que os portugueses conseguissem obter mais território do que aquele que ficara garantido com o Tratado de Tordesilhas, em 1494.
Apesar de nunca terem ocorrido conflitos de maior importância, as autoridades espanholas revelar-se-iam preocupadas com o avanço da expedição portuguesa em terras que consideravam suas, pelo que deteriam Pedro Teixeira em Quito por várias semanas, acabando por autorizar o seu regresso, desde que acompanhado por um conjunto de padres jesuítas, liderados por Cristóbal de Acuña, que reportaria tudo às autoridades castelhanas. O primeiro relatório de Acuña seria publicado como livro em 1641.
Com o retorno à costa atlântica, a expedição de Pedro Teixeira tornar-se-ia a primeira a simultaneamente subir e descer o rio Amazonas. Teixeira ganharia entre os índios a alcunha de “Curiua-Catu”, “o bom e amigável homem branco”.
Após o fim da expedição, Pedro Teixeira retornaria a S. Luís do Maranhão, sendo nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará a 28 de fevereiro de 1640, cargo que abandonaria após apenas três meses por motivo de doença. Acabaria por falecer no dia 4 de julho de 1641.
Miguel Louro
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