No ano 1637, o território do Ceará, (atual Cidade de Fortaleza) foi tomado por uma força de 126 homens sob o comando de George Gartsman. Isso foi o resultado de um trabalho conjunto dos Holandeses com os índios nativos.
O forte de São Sebastião, ocupado por apenas 33 soldados sob as ordens de Bartolomeu Brito, logo caiu, ante a força do ataque dos holandeses.
A ocupação do Ceará pelos batavos visava igualmente ao estabelecimento de um posto de apoio logístico para conquista do Maranhão, bem como a manutenção da capitania de Pernambuco, à medida que se afastavam cada vez mais os portugueses dos centros produtores de açúcar. Havia, ainda, interesses na extração de produtos minerais, principalmente sais, âmbar e especialmente prata, que supunham, fosse abundante no Ceará.
No forte conquistado, ficaram 45 homens liderados por Hendrick Van Ham, enquanto Gartsman conduzia os portugueses prisioneiros para o Rio Grande do Norte. Posteriormente, em 1640, o comando do forte passou para Gedeon Morris de Jorge, um dos grandes estrategistas da ocupação holandesa no Ceará.
Em 1644, quando Gedeon Morris e sua tropa retornava das batalhas no Maranhão, foram mortos numa emboscada organizada por índios Potiguares que se rebelaram contra os Holandeses. Com a emboscada desse ano, o Fortim de São Sebastião também foi destruído.
Segundo relato de Adriaen van der Dussen:
"Depois da expedição do Chile, soube Nassau que estalara no Ceará nova revolta. Bandos de brasileiros, chamados à guerra, tinham tomado ardilosamente o forte ocupado pelos holandeses e o arrasaram, trucidando o governador [do Ceará] Gedeon Morris, todos os soldados da guarnição e até os trabalhadores estabelecidos não longe dele, nas salinas de Upanema"
Cinco anos depois os holandeses retornaram ao Ceará, agora sob o comando de Matias Beck que buscou uma reconciliação com os indígenas. Mandou erguer na Colina Marajaitiba, às margens do Riacho Pajeú o Forte de Shoonenborch, cujo nome era uma homenagem ao governador do Brasil-Holandês. Os holandeses passaram os cinco anos seguintes procurando minérios em terras cearenses – em Itarema, na Ibiapaba e em Maranguape, mas não obtiveram sucesso com essa empreitada.
Com a seca de 1651-54 e, principalmente, com a rendição holandesa em Pernambuco, o Forte Shoonenborch ficou quase esquecido. Os índios locais, incitados por nativos fugidos de Pernambuco, passaram a se indispor com os holandeses.
Por esse motivo, chegaram a matar alguns soldados e a sitiar o Forte Schoonenborch. Finalmente, conforme o acordo de rendição entre flamengos e lusitanos, em 1° de junho de 1654, Matias Beck e seus soldados deixaram pacificamente o Ceará.
Uma antiga peça de artilharia da WIC, usada no Forte Schoonenborch agora faz parte do acervo do Museu Histórico Nacional. Apos a expulsão dos Holandeses do Ceará, o capitão mor português Álvaro Azevedo, ordenou a Construção de uma Capela no antigo forte de Schoonenborch, que foi rebatizado de Nossa Senhora da Assunção, cuja imagem barroca de 1654, continua no acervo histórico do Forte até os dias de Hoje.
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