Fotografia tirada em 1865 da imperatriz Dona Teresa Cristina, dedicando-se a uma de suas atividades favoritas: a leitura. Ao contrário do que já se disse, Dona Teresa Cristina se interessava por literatura, especialmente a italiana. Seu amor pelas letras ultrapassava o texto escrito e se materializava nos palcos dos Teatros da Corte, graças ao seu incentivo às companhias de artistas, como a Ópera Italiana. No Lírico, por exemplo, se fazia apresentar “Ana Bolena”, de Gaetano Donizetti, além de outras obras de compositores italianos. Com efeito, o interesse da imperatriz pela dramaturgia era reconhecido até mesmo pelos autores da terra, como José de Alencar, que lhe dedicou uma de suas peças mais famosas, “O Demônio Familiar”. Tanto Dona Teresa Cristina quanto D. Pedro II estavam presentes na noite do dia 5 de setembro de 1857 no Teatro do Ginásio Dramático, para a estreia da obra em 4 atos. No domingo de 18 de março de 1855, o célebre autor de “O Guarani” escreveu na sua coluna “Ao Correr da Pena”, publicada no jornal “Correio Mercantil”, sobre a passagem dos 33 anos da imperatriz (ocorrido quatro dias antes):
"Quarta-feira teve lugar a solenidade do aniversário da nossa Imperatriz, que deixou as lindas ribeiras de Nápoles pela majestosa baía do Rio de Janeiro. Assim, logo após da saudade, veio uma lembrança prazenteira. Se perdemos por algum tempo uma flor graciosa de nossa coroa imperial[1], ganhamos para sempre um anjo de bondade, um exemplo das belas virtudes. E isto me faz lembrar do quanto somos devedores àquela boa terra de Itália, que nos confiou com tanto prazer a filha de seus reis, e acolheu com tanto amor a irmã do nosso monarca” (ALENCAR, 1977, p. 143).
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