Durante sete décadas de reinado, viu passarem sete papas, serem eleitos 16 presidentes norte-americanos e dez chefes de Estado da União Soviética e Rússia.
Na Grã-Bretanha são milhões os que nunca conheceram outro monarca e, talvez por isso, os dias que se seguem vão abalar, e muito, o Reino Unido.
Durante dez dias, os diversos países vão parar: primeiro para o luto, depois para o funeral, e há ainda que contar com a coroação do próximo monarca. Tanto esse dia como o do funeral vão ser feriados nacionais.
As previsões dos jornais falam no fecho da bolsa e dos bancos, um caos que faria o país perder milhões de libras, isto sem contar com os custos de todas as cerimónias associadas. É um acontecimento diferente de tudo o que a Grã-Bretanha viu desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A BBC, por exemplo, cancelou os programas de comédia e há muito que os principais pivots da rádio e televisão preparavam o anúncio da morte da monarca.
As bandeiras de todos os edifícios públicos vão ser colocadas a meia haste até ao dia a seguir ao funeral, não apenas no Reino Unido, mas em toda a Commonwealth.
A maioria dos funcionários do Palácio de Buckingham e das instituições a ele ligadas foram mandados para casa e ainda hoje, ou amanhã, haverá um Conselho de Sucessão no Palácio de St. James para declarar formalmente o sucessor: salvo alguma circunstância excecional, será o Príncipe Carlos, que passa imediatamente a ser rei.
O Conselho de Sucessão é composto pelos Conselheiros Privados da Família Real, por lordes, pelo presidente da câmara de Londres e por Altos Comissários de vários países da Commonwealth.
O corpo da rainha vai estar a ser velado no Westminster Hall. Haverá uma cerimónia curta para marcar a chegada do caixão e depois o público terá autorização para entrar e prestar a sua homenagem.
Quanto aos outros procedimentos, são uma incógnita já que a última morte de um rei britânico foi em 1952 e o que foi feito na altura poderá não aplicar-se agora.
Certo é que o hino vai ter uma nova letra, já que o sucessor é um homem. Em vez de God Save The Queen passará a God Save The King.
Os capacetes dos polícias vão todos mudar, já que exibem as insígnias da rainha e têm de ser mudadas para as do futuro rei.
As notas e moedas também vão sofrer alterações para passarem a ter a cara do novo monarca e mudam ainda os selos e os passaportes.
Daqui a três dias o novo rei vai iniciar uma viagem pelo Reino Unido que começa no Parlamento escocês, seguindo-se a Irlanda do Norte e o País de Gales.
O site da família real mostra agora uma curta declaração a confirmar a morte da rainha e há uma faixa preta no topo da página do Governo do Reino Unido.