Foi nos primeiros dias de Agosto de 844, durante o governo de Ramiro I nas Astúrias, e do emir Abd al-Rahman II no al-Andalus que, pela primeira vez, o oeste da Península Ibérica foi assolado pelos viquingues.
Depois de atacarem diversas povoações costeiras da Galiza e de terem sofrido uma derrota infligida pelas tropas do rei Ramiro I, as forças escandinavas, que se faziam transportar numa armada composta por cerca de uma centena de embarcações, rumaram a sul e entraram no estuário do Tejo no dia 20 de Agosto, surpreendendo a todos os que assistiram à chegada desses cerca de 100 navios. Os 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑠 (ou 𝑚𝑎𝑑𝑗𝑢𝑠), como ficaram conhecidos no al-Andalus, não conseguiram penetrar na cidade, limitando-se a devastar os seus arredores ao longo dos 13 dias em que permaneceram nessa região e durante os quais se envolveram em confrontos, por três ocasiões, com os lisboetas. Apesar de terem atacado e saqueado alguns povoados próximos, os viquingues não conseguiram alcançar o seu principal objetivo, pelo que volvidas duas semanas depois da sua chegada, decidiram levantar ferro e rumar em direção a Sevilha, onde, ao contrário do que sucedeu em Lisboa, conseguiram entrar na cidade e sujeitá-la a uma violenta pilhagem.
Imagem: Ataque naval conduzido pelos Viquingues, Life of St. Edmund, MS M.736 fol. 9v (The Morgan Library & Museum, Nova Iorque).
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