ESPARTA


Esparta foi uma das maiores pólis da Grécia antiga, tendo provavelmente surgido no período homérico, chegou a dominar a região do Peloponeso e ter uma ascensão a partir do século VII a.C., se tornando hegemônica na região. Tinham uma sociedade rígida e com poucas possibilidades de conduta moral, tendo sido moldada sobre uma base de um corpo militar, que tomava conta da cidade e participava da vida política.

A origem exata de Esparta, assim como qualquer civilização desse período, ainda é fruto de debate, e não existe uma conclusão exata sobre o tema, mas acredita-se que surgiram por voltas do século X a.C durante o período homérico. Pelo que se tem registros hoje, foram um povo de origem dória e micênica, devido às invasões dórias que ocorreram por volta do ano de 1200 a.C. na Grécia.

Na narrativa mítica dos espartanos, a cidade teria sido fundada por Lacedemon, filho de Zeus e Taigete. O mito grego conta que Lacedemon casou-se com Esparta, filha de Eurotas, um mítico rei que descendia de Lélex, rei do povo originário da Lacônia. Depois que Lacedemon assumiu o trono da Lacônia, ele nomeou a região com o seu nome (a Lacônia também é conhecida como Lacedemônia) e deu o nome de sua esposa para a cidade de Esparta.

Mas essa é somente a explicação mítica dada pelos próprios espartanos, e provavelmente não reflete a realidade, o que se sabe é que a cidade foi estabelecida pelos dórios na lacônia, e com o tempo passou a ter caráter expansionista pela península. Nesse mesmo período, Esparta se tornou também a pólis com maior domínio territorial, após tomar a região vizinha da Messênia, por volta do século VII a.C.

Os espartanos eram divididos entre os esparciatas, que eram famílias compostas apenas por pessoas de origem espartana, sendo a única classe que tinha direitos políticos. Os Periecos que eram quem descendia de povos conquistados, e apesar de ter liberdade, não possuíam direitos políticos. E por fim os hilotas, que eram aqueles sendo conquistados pelos espartanos, não tendo direito algum, além de não ter direito de frequentar terras fora da que estavam, e ser obrigados a servir os aristocratas espartanos.

Devido aos conflitos que os espartanos se envolveram logo no início de sua história, juntamente as expansões de território, tal povo foi moldado por uma ordem social baseada na disciplina e militarismo. O sistema de governo espartano, ao contrário de outras pólis gregas ao redor como Tebas e Atenas, contava com uma pólis aristocrática governada por uma diarquia, ou seja, o poder era dividido entre dois reis, que herdavam o poder e exerciam funções religiosas, políticas, militares e jurídicas. Esses dois reis eram de descendência dos Ágidas e dos Euripôntidas.

Juntamente aos dois reis, tinham também outras três instituições:
Apela: uma espécie de assembléia, que era incumbida de ouvir e repassar propostas para os reis, eram geralmente propostas formuladas pela Gerúsia. Todos os membros deveriam ter mais de 30 anos.

Gerúsia: a gerúsia era uma espécie de senado, com membros de mais de 60 anos que ocupavam o cargo de modo vitalício, esses tinham o papel de formular leis e julgar pessoas.

Conselho de Éforos:  essa era a instituição mais respeitada dentro de Esparta, onde cinco esparciatas eram eleitos para ocuparem o cargo por apenas um ano. Nesse um ano, sua função era nada mais nada menos do que monitorar o trabalho dos reis. Para os historiadores, este era o cargo mais importante e a instituição mais temida em Esparta, até mesmo mais do que os reis.

Um fato curioso, era que algumas vezes quando Esparta conquistava outros reinos, como aconteceu na Messênia, ao invés de simplesmente anexar a região, as populações eram subjugadas e transformadas em servos, e não somente aqueles que habitavam a região dominada, mas todos que nascessem em seguida, esses eram os hilotas, e formavam a maior classe social de Esparta. Além da servidão forçada, os hilotas viviam na sombra do perigo, já que era algo comum entre jovens espartanos, uma prática chamada de cripteia, onde quando o jovem virava um adulto, era enviado para vilas de hilotas com uma adega e um pouco de comida, ali ele geralmente dormia durante o dia, e realizada uma espécie de caça aos hilotas de noite.

Os costumes violentos, expansionistas e gananciosos de Esparta, fizeram com que acontecesse algo inevitável, dezenas de conflitos ao longo de sua história, fizeram com que sua linha do tempo fosse cheia de altos e baixos, como a Batalha de Termópilas, que ficou conhecida como a batalha dos 300, onde supostamente um grupo de trezentos espartanos enfrentaram cerca de 80 mil homens (não se sabe a veracidade dessa historia), também participaram das Guerras Médicas contra os persas, e a Guerra do Peloponeso, onde Esparta fez uma investida contra Atenas e saiu vitoriosa.

A Guerra do Peloponeso causou uma grande revolta na Grécia, pois Atenas era a principal Pólis, e não tinha características que ameaçassem outras cidades, e com o fim da guerra em 404 a.C. e a vitória e elevação de Esparta, entre 395 à 387 a.C. os espartanos lutaram contra Tebas, Corinto, Atenas novamente e Argos, no que ficou conhecido como a Guerra de Corinto. Em 371 a.C., a derrota na Batalha de Leuctra, a cidade de Esparta entrou em declínio, além de derrotas em guerra e inúmeras baixas, outras pólis gregas deixaram de comerciar com os espartanos, levando a um rebaixamento social, onde nunca mais foi recuperado o brilho dos tempos de hegemonia.
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