A REVOLTA DE ESPÁRTACO

Como já sabemos, um dos principais motivos para que o império ressurgisse em Roma com força total, e colocasse a república a prova, foram as revoltas escravistas ocorridas em Roma, principalmente a partir de 150 a.C., quando os limites de Roma passaram a se transformar em dimensões maiores. Uma dessas revoltas, que talvez seja a principal em termos de conhecimento geral, seja a revolta de Espártaco (ou Spartacus) ocorrida entre 73 e 71 a.C.

Espártaco foi um famoso escravo que vivei na civilização romana, e contra ela acabou se rebelando com um grupo de escravo, que em pouco tempo já passavam de 70 mil revoltosos. Nascido na Trácia, Espártaco se tornou escravo após ter servido ao exército romano, possivelmente, acabou por desertar ou abandonar alguma batalha em percurso, e em seguida foi punido tendo se transformado em um escravo. Foi vendido em Cápula para Lentulus Batiatus, ex legionário e gladiador, que passou a ganhar a vida como lanista, ou seja, um negociante de gladiadores.

Abrindo um parêntese aqui, as lutas de gladiadores eram apreciadas pelos romanos, e tinha como característica central violentas lutas entre povos conquistados e escravos. A maioria das vezes, o vencedor era quem acabava vivo nessa luta, e o espetáculo fazia parte da estratégia de governo que estava nascendo, do chamado ‘’pão e circo’’, onde para esquecer os problemas econômicos e sociais, os governantes e posteriormente imperadores, distribuíam pão e criavam eventos de entretenimento para a população, sendo as lutas de gladiadores a mais popular na época.

Espártaco lutou como gladiador diversas vezes, saindo vitorioso e se tornando uma espécie de celebridade entre os amantes de luta entre gladiadores, entretanto, passou a tomar ressentimentos de seu senhor pelo tratamento recebido, muitas vezes humilhando e violentando os seus companheiros de cativeiro, até que decidiu fugir juntamente a alguns outros escravos, e iniciar a formação de um grupo de revolta contra escravidão e contra o sistema abusivo de lutas da época. Não se sabe ao certo quantos foram os escravos que fugiram junto a Espártaco, mas é de conhecimento que em pouco mais de um ano, seu grupo já contava com mais de 70 mil homens, se tornando de fato um exército, que botava medo até mesmo no senado romano.

O segredo para o aumento brutal no número de soldados de Espártaco, era que as notícias se espalharam pela Roma antiga de modo rápido, e o sistema escravista empregado na época tornava a sociedade romana repleta de escravos, e passou a ser comum que vários deles fugissem e se unissem com Espártaco, saindo assim de um ambiente de humilhações e violência, para um ambiente onde se fomentava a vingança contra o sistema que os subjugava. Suas qualidade morais e militares eram notáveis, e a luta contra o sistema escravista o deixava com muita moral entre o povo comum.
Os escravos rebelados viviam de pilhagens feitas em propriedades romanas, onde os mesmos agiam como nômades, se descolando pela Península Itálica de modo rápido, sendo difícil armar alguma emboscada contra os mesmos, e durante vários momentos, tropas romanas foram enviadas para combater Espártaco e seus homens, e acabaram brutalmente derrotadas. Geralmente, quando o grupo passava pela Gália, acabava se dispersando para territórios vizinhos, onde começavam sua vida do zero, e os que ficavam, retornavam com a missão de recrutar mais homens e libertar mais escravos.

A partir de determinado momento, quando o número de escravos se tornou grande demais, algumas discórdias passaram a acontecer, e o grupo passou a se dividir em sub-grupos que atuavam de modo diferente, um exemplo teria sido um grupo liderado por Crixus, que teria permanecido no Sul da Península e acabou por ser dizimado pelos romanos. Nesse mesmo momento, Espártaco e seu grupo tinha o objetivo de atravessar os Alpes, contornar Roma e chegar até o mar, atravessando-o rumo à Sicília, onde finalmente se estabeleceriam e recomeçariam suas vidas.

O problema foi que os piratas que realizariam a travessia junto/para com Espártaco, estavam também acertados com Crasso, general romano que posteriormente se transformaria e um dos três imperadores de Roma após a queda da república, e em 71 a.C. as tropas de Crasso atacaram Espártaco e seus homens na Lâcania. A traição por parte dos piratas havia custado a vida de milhares de escravos, e provavelmente a morte de Espártaco em batalha, e outros 6 mil revoltosos foram crucificados ao longo de 200 km da via Ápia de Cápula, com objetivo de atemorizar aqueles que buscavam o caminho da revolta. A história de Espártaco ficou famosa por simbolizar uma ameaça real conta Roma, além de ter sido símbolo da luta contra escravidão e injustiça social do período.
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