GUALDIM PAIS – UM GRANDE ESTRATEGISTA MILITAR TEMPLÁRIO.

D. Gualdim Pais, de quem já muito se falou, mas de quem se deveria falar mais. Todavia julgamos que deverá ser inserido no contexto da época e reportar-nos às suas mais importantes qualidades polivalentes de Monge, Guerreiro, Cavaleiro do Templo e mais ainda de extraordinário estrategista militar, tendo em si mesmo associado o dom de uma arquitetura militar na mais verdadeira acessão da palavra. D. Gualdim foi tudo isto e muito mais. Grão-mestre indómito, nasceu em Amares, localidade minhota perto de Braga, em 1118, filho do nobre Paio Ramirez e de Dona Gontrode Soares.

Na Terra Santa a primeira grande batalha em que se distingue D. Gualdim Pais é no Cerco de Ascalon, onde milagrosamente Gualdim se salva com mais 40 Cavaleiros Templários que foram degolados após a entrada na cidade, tendo apenas escapado o nosso guerreiro português de forma jamais descrita, que todavia dali saiu altamente prestigiado e respeitado pelos seus feitos. Ainda na Terra Santa, Gualdim Pais prossegue a sua luta participando no Cerco de Gaza e no ataque a Sidon.

Após 5 anos de lutas diárias, cobertas de glória, reza a história que D. Afonso Henriques reclama de novo os seus serviços. Gualdim regressa a Portugal e é o Grande Herói da Conquista de Alcácer do Sal em 1158 acompanhado apenas por 60 homens que conseguiu introduziu na fortaleza, uma vez mais numa estratégia, até hoje secreta. Em Alcácer do Sal e durante os combates morre o Grão Mestre Templário da época D. Pedro Arnaldo. D. Afonso Henriques não hesita e nomeia Gualdim Pais 4º Grão Mestre dos Templários Portugueses.

Após Alcácer dá-se a doação pelo Rei das Terras de Ceras que incluía todo o Concelho de Tomar e não só. D. Gualdim sediado então na Região procura então um local, onde pudesse construir uma sólida fortificação escolhendo a Cidade de Tomar e fundando ali o seu Castelo, que igualmente seria sede da Ordem dos Templários. Esta fortaleza foi edificada sobre as ruínas da Cidade Romana de Sellium.

Assim no dia 1 de Março de 1160 começa a erguer-se o Castelo de Tomar, tendo o Grão-Mestre atribuído em 1162 a esta cidade o seu primeiro foral. Mas D. Gualdim sabe que é preciso rapidamente edificar mais fortalezas para a defesa de um território com 100 km de extensão por 40 de largura. Assim em 1171 nasce o Castelo de Almourol, em 1172 o Castelo de Monsanto, 1174 edifica-se o Castelo do Zêzere, do qual hoje apenas restam ruínas é também neste mesmo ano que é concedido foral ao Castelo de Pombal. Outros mais Castelos foram construídos na estratégia de defesa na toda a linha do Tejo. Muito mais haveria a referir quanto a este Grão Mestre, Monge e Cavaleiro. Referimos o fato da maior importância histórica na consolidação do que hoje é Portugal, a ultima grande batalha de Gualdim Pais que foi em 1190, o Cerco à Cidade de Tomar. Este cerco, onde 900 guerreiros Almorávidas, comandados pelo Rei de Marrocos, Almançor sitiaram a Cidade do Nabão, pilhando tudo em seu redor.

Dentro da fortaleza não haveria mais de 200 homens entre Cavaleiros Templários e outros guerreiros populares e Gualdim Pais um velho guerreiro de 72 anos após uma luta desigual junto à porta de Almedina, entrada principal da fortaleza de Tomar consegue repelir a revolta pondo fim a um cerco que durou 4 dias de violentos combates completamente desiguais.

Esta porta de Almedina pelo muito sangue ali derramado é hoje conhecida pela Porta do Sangue. Cinco anos mais tarde e no dia 13 de Outubro morre Gualdim Pais, sendo sepultado na Românica Igreja de Santa Maria do Olival, local onde antes da fundação do Castelo havia sido edificada uma pequena fortaleza.
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