O nome “bárbaro” veio do grego e queria dizer, originalmente,“estrangeiro”.
Para os romanos (como para os gregos antigos), bárbaros eram todos os povos que não partilhavam de seus costumes, de sua cultura e de seu idioma.
Fizeram parte dos povos bárbaros que migraram pela Europa nessa época os ostrogodos,os burgúndios, os alanos, os suevos, os vândalos e os visigodos, além dos anglos, dos saxões e dos francos, todos conhecidos genericamente como “germânicos”.
Os motivos das invasões
No século IV, os romanos, enfraquecidos política e militarmente, tinham dificuldades em manter os limites territoriais de seu vasto império.
Não demorou para que suas terras férteis e seu clima ameno atraíssem a atenção de povos que viviam nas vizinhanças do império.
Somava-se a isso a pressão militar exercida pelos hunos, povo guerreiro da Ásia que, a partir do século IV, voltou sua atenção para conquistar terras na Europa central.
A conquista do território
Inicialmente, a aproximação entre romanos e bárbaros foi pacífica.
A fronteira do império ficava no rio Reno e, nessa região,o contato entre germânicos e romanos era constante.
Vários germânicos ganharam o direito de morar em regiões que pertenciam aos romanos, com a condição de defender a fronteira da invasão de outros povos.
A situação mudou nos séculos IV e V, ganhando contornos de conflito.
Fugindo do exército huno, que era conhecido pela ferocidade e pela violência, os visigodos começaram a cruzar a fronteira e a pedir ajuda aos romanos.
Foram abrigados na Macedônia (ao norte da Grécia) e, pouco tempo depois, outras tribos, também fugindo dos hunos, seguiram os passos dos visigodos.
Ao notar a fragilidade militar dos romanos nas áreas de fronteira, os germânicos resolveram conquistar algumas partes do império.
O rei Alarico, dos visigodos, tentou conquistar parte da península Itálica nos primeiros anos do século V. Quase chegou a Roma e, para que não invadisse a capital do império, recebeu das autoridades romanas grandes indenizações em terras e em tributos.
Na sequência, os visigodos tomaram a península Ibérica e o sul da Gália.
Ainda no século V,vândalos, suevos e alanos também invadiram o território romano.
Os vândalos deram uma grande volta: tendo saído de sua terra natal (uma região que pega parte das atuais Lituânia, Polônia e Dinamarca), atravessaram toda a Europa, passaram pela península Ibérica (onde seu nome se fixou na região chamada Andaluzia, no início chamada Vandaluzia), atravessaram o estreito de Gibraltar para o norte da África, passaram pela Tunísia e atravessaram o Mediterrâneo de volta, para a Sicília e para o sul da península Itálica.
Em 455, chegaram a saquear a própria cidade de Roma. Seu poder destrutivo era tamanho que até hoje a palavra “vândalo” ganhou o sentido de pessoa que estraga coisas bonitas ou bens públicos.
Os francos ficaram com o norte da Gália (atual França).
Os burgúndios conquistaram a região do rio Ródano, que desce da Europa central para o sul. Os jutos, os anglos e os saxões dirigiram-se para a ilha da Grã-Bretanha, na qual se fixaram.
Logo, o Império Romano estava todo desfigurado e novos reinos se formavam por toda a Europa ocidental.
Em 476, os hérulos invadiram Roma e depuseram o último imperador romano do Ocidente, Rômulo Augústulo.
-Consequências das invasões:
As invasões bárbaras causaram profundas transformações nos territórios antes dominados pelos romanos.
Além de marcar o final definitivo do Império Romano do Ocidente, elas inauguraram o início da Idade Média, época que ficou marcada, entre outras coisas, por instituições e costumes que tinham tanto origem romana quanto germânica.
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