Os persas foram um dos povos mais importantes da Antiguidade, que formaram um grande império a partir do século VI a.C. Eles habitavam o planalto iraniano, onde hoje fica a República Islâmica do Irã, e tinham uma origem comum com outros povos de língua indo-europeia, chamados de arianos.
Os persas eram formados por várias tribos, mas uma delas se destacou pela sua liderança e dinastia: os aquemênidas. O fundador desse clã foi Aquemênus, que viveu por volta do século VIII a.C. e deu origem a uma linhagem de reis que governaram a Pérsia até o século IV a.C.
O primeiro grande rei aquemênida foi Ciro II, conhecido como Ciro, o Grande. Ele foi o responsável por iniciar a expansão do império persa, ao se rebelar contra o domínio dos medos, que eram seus vizinhos e parentes. Ciro conquistou a Média, a Lídia, a Babilônia, a Síria, a Palestina e parte da Ásia Menor, respeitando as culturas e religiões dos povos submetidos.
Após a morte de Ciro, em 529 a.C., seu filho Cambises II assumiu o trono e continuou a política expansionista, anexando o Egito ao império. No entanto, ele morreu em 522 a.C., sem deixar herdeiros, e houve uma disputa pelo poder entre vários pretendentes. Um deles era Dario I, que se proclamou rei e afirmou ser descendente de Aquemênus. Ele enfrentou diversas rebeliões, mas conseguiu consolidar seu domínio e organizar o império.
Dario I foi o responsável por realizar importantes reformas administrativas, econômicas e militares na Pérsia. Ele dividiu o império em 20 províncias, chamadas de satrapias, que eram governadas por sátrapas, que eram funcionários nomeados pelo rei. Ele também criou uma moeda única, o dárico, que facilitou o comércio e a arrecadação de impostos. Ele construiu uma grande estrada, que ligava as principais cidades do império, e um canal, que ligava o Nilo ao Mar Vermelho. Ele também fortaleceu o exército e a marinha, e tentou expandir o império para a Europa, mas foi derrotado pelos gregos nas chamadas Guerras Médicas.
Dario I morreu em 486 a.C., e foi sucedido por seu filho Xerxes I, que também tentou conquistar a Grécia, mas foi novamente derrotado. A partir de então, o império persa entrou em decadência, sofrendo com revoltas internas, intrigas palacianas e invasões externas. O último rei aquemênida foi Dario III, que foi derrotado por Alexandre, o Grande, em 330 a.C., pondo fim ao império persa.
Os persas tinham uma religião monoteísta, fundada pelo profeta Zoroastro, que viveu entre os séculos VII e VI a.C. Eles acreditavam em um deus supremo, chamado Ahura Mazda, que era o criador do universo e da ordem. Eles também acreditavam em um deus maligno, chamado Arimã, que era o responsável pelo caos e pelo mal. Os persas tinham uma visão dualista da realidade, que envolvia uma luta constante entre o bem e o mal, e que teria um fim com a vitória de Ahura Mazda e a ressurreição dos mortos. Essa religião é conhecida como zoroastrismo ou masdeísmo.
Os persas também se destacaram pela sua cultura e arte, que refletiam a sua diversidade e riqueza. Eles construíram grandes palácios, templos e monumentos, que mostravam o seu poder e a sua glória. Eles usavam materiais como pedra, madeira, metal e cerâmica, e decoravam suas obras com pinturas, esculturas e mosaicos. Eles também eram famosos pelos seus tapetes, que tinham desenhos geométricos ou naturais, e que eram considerados obras de arte. Eles tinham uma escrita cuneiforme, que usavam para registrar leis, tratados, inscrições e textos religiosos.
Os persas foram, sem dúvida, um dos povos mais influentes e admirados da história, que deixaram um legado cultural, político e religioso para as gerações futuras. Eles foram capazes de criar uma civilização que se estendeu por três continentes, e que respeitou a diversidade dos povos que dominou. Eles foram, em suma, os senhores do Oriente Antigo.
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