Nos anos 1970, ou seja, antes mesmo das grandes montadoras multinacionais perceberem que o futuro dos automóveis seria a eletricidade, uma empresa totalmente brasileira desenvolveu em 1974 aquele que seria o primeiro carro elétrica da América Latina.
A Gurgel, encabeçada pelo engenheiro, empresário e criador da montadora João Augusto do Amaral Gurgel (falecido em 2009) desenvolveu o Gurgel Itaipu, veículo 100% elétrico e brasileiro
Nesta imagem vemos João Augusto do Amaral Gurgel apresentando o Itaipu no Programo Silvio Santos no ano de 1974.
O custo por quilômetro rodado da eletricidade era menos da metade que o da gasolina, mas a autonomia era o seu maior problema, a recarga completa do veículo levava 10 horas
. Esse e outros problemas impossibilitaram que esse experimento da Gurgel fosse para a linha de produção.
O conceito, como acabou se provando, era interessante e mesmo o Itaipu não indo para as ruas, serviu de base para o E-400. Porem ele tinha alcance muito limitado e baterias caras resultaram em um fracasso comercial. A uma velocidade constante de 50 km/h, foi prometido um alcance de 100 km.
O motor era basicamente um motor elétrico por escovas igual aos usados em empilhadeiras. Quem fabricava era a empresa Villares que era mais conhecida por produzir elevadores.
As baterias não "davam conta do recado" e, para dificultar ainda mais, a gasolina despencou de preço em 1983 e já não era tão mais vantagem um "veículo elétrico" sob um veículo "a gasolina".
De todos os E-400 fabricados, acredita-se que 90% foram "convertidos" para motores a gasolina (de Kombi) pela própria facilidade de adaptação, pois o câmbio original do E-400 era o mesmo da Kombi.
O utilitário foi produzido entre os anos de 1981 e 1982 e se tornou o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil.
A Gurgel acabou falindo no ano de 1996 depois de problemas em sua administração e de perder a concorrência com montadoras estrangeiras, que ganharam grande fatia do mercado de carros populares após a abertura do Brasil ao capital externo durante o governo Collor, e também por ter problemas com a importação de peças essenciais para os carros, além de conflitos de interesse com a Volkswagen que cedia parte da mecânica dos carros para a montadora brasileira.